E essas palavras, que não passam de palavras?! São só palavras...
Trazem-nos alegrias, outrora agonias... Podem ser ditas verdades doídas ou mentiras risadas. Elas nos trazem o amor, e de certo a dor.
Podem ser confundidas, e sim, bem entendidas!
Oh adoradas palavras... Palavras bonitas, palavras singelas, me tragam o lirismo poético, não me permita um ser cético.
Aliteração me intervém e devo a ti palavras que me contêm.
Elas não são minhas, nem suas, nem de ninguém... Elas pairam no ar... {} a sensibilidade que aflora nos permite entoar, e aqui transcorrer seus mosaicos formulados em linhas brancas que colorem meu coração, escorre nas veias de meu sertão... [] ...me permite à gratidão.
Coloquiais, rebuscadas, paradoxais... bem empregadas... bom ser também almejadas... No gingado da coerência, atrelado ao sincronismo da coesão entram nos vãos das entrelinhas e traduzem meu coração.
Não posso ser egoísta e querer-te só a mim, dou-lhes às multidões, espalho-as nos confins...
Entrego-as ao vento: voe como um pássaro atento e traga o alimento ao seu ninho sedento.
São só palavras... Os sentimentos estão aqui, em mim.!~
E são elas, as palavras, que os levam a ti.
És minha dança, minha reza, meu samba... és minha canção, minha oração.... reserva toda minha intenção.
Hoje me dedico a ti, palavras.
São só palavras.
Eu não sei o que faço
Não sei o que acho
Só sei do que sinto
Entra pela boca, vai até o umbigo
Não é nada sucinto
As vezes que olho
As vezes que cheiro
Vejo que desenrolo
Outras manhas do ponteiro...
Renara Afonso.