quinta-feira, 27 de outubro de 2011



Eu gosto é da vida boa
gosto do balanço do mar
e para aqueles que não me entendem
vida boa é namorar!

Há os que namoram a vida
há os que passam na vida sem amar
Mas admiro mesmo,
é o Sol que ama só por amar

vou na vida tentando ser flor
que desabrocha ao acordar
Mas bela mesmo é aquela flor
que se encantou para nos ensinar a amar!



Bela Primavera
Renara Afonso.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Passageiro


Em idas e vindas
me encontro presente
fino na transparência do ausente
E aqui estou!

A poesia se dissocia
na constância da paz
no veloz do dia
mas aqui estou!

E hoje me largo
me deixo
me encontro no eixo:

NORTE!
                                                                                                                                          Renara Afonso.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Cordel: Nascimento de Jesus


O querido anjo divino,
enviado do poder,
veio só para informar
que o Deus menino iria nascer.
Denominado Gabriel, aquele que veio do alto,
um enviado do céu
anuncia à Maria, a virgem da conceição,
que ainda naquele ano viria
o nosso rei da salvação.
A querida mãe santíssima,
surpresa e maravilhada,
recebe a notícia, da vinda do salvador
e se encanta de alegria,
pois era ela a enviada, virgem e imaculada,
que traria para esta terra a fonte do amor.
Ainda naquele dia comunica a José
que com a mesma alegria
apóia sua mulher.
E num belo dia de glória
eis que é chegada a hora
da vinda do menino Jesus.
Diante de um jardim encantado
no alto da meia noite, do céu brilha um luz; 
o encantamento se apresenta
e diante do divino dourado:
chega à nossa presença 
nosso querido Jesus.



Renara Afonso.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dezembro:
ao mês que me desmembro 
em dez membros e dimensões 

     Me ponho a olhar sobre o ombro e... eis que me deparo diante de 12 meses passados, isso mesmo: mais um ano que ganhamos, mais um presente divino. E estamos aí; e vivos e sóbrios. Será? Estamos aqui, isso eu sei.
     Chegou o mês de se pensar em Jesus. Olha só, que intrigante. Ele vive no presente do tempo pensando em nós, enquanto nos dedicamos em dezembro para pensar Nele. Isso quando o "espírito natalino" dos shoppings centeres não nos é incorporado e só em que pensamos é no Papai Noel da Coca-cola. É mês de gastar, minha gente!
     Não seria melhor pensar que " é mês de quitar os débitos?!!" 
     A verdade é que minha breve e brevíssima retrospectiva aqui descrita, tentará se desprender dos USA e da Coca e partirei ao que me toma em sentimento, neste momento.
     Em meio a turbilhões que vivi, cidades que morei, amizades que cativei, profissão que consagrei e amado que conquistei (sortudo ele, hein?! rs); sou grata à Estrela que me guia.
     É sentimento de reconhecimento, de renovação e de alegria que me tomam. Vejo que para mim, foi bem marcante.
     E partindo do fato de que isso agora está firmado no mundo da Web, eu lhes pergunto:
- como foi seu ano? 
- o que fizeste de bom?
- foi obediente ao que é bom? isso te fez bem?

Hum... então agora já podes escrever a cartinha para o papai Noel. ops...  =/

Felicidades!! 
Constância no que é bom.

Pense na Fonte do Amor. E vamos para frente!!
Renara Afonso.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia Santo


Quero poder um dia crescer
continuar criança, quero ser
em vôos altos
de mãos dadas com o sorriso
lambendo os dedos do desejo de vencer
amando pra poder viver

quero amamentar algum outro
mas criança não quero deixar de ser
e te colocar no colo
a ciranda do verão com flores santas!


Um beijo pra minha mãe, pra meu pai e especialmente pra vc!~

=)

Renara Afonso.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Preciso parar pra pensar
e é preciso pensar sem parar!

domingo, 29 de agosto de 2010



Certa noite sonhei que você estava ali,
ao meu lado.
Podia até ouvir seu coração:
ele pulsava para mim
em ondas de alta maré.
Ai, era um sonho
E de ti saiam as cores
Sim, eras o pote de ouro.
As nuvens eram lindos girassóis,
E nós nos amávamos em nossos lençóis.
As casas tinham rosas nos jardins,
Os dias não tinham mais fins.
Naquele sonho, sim, era um sonho,
Tudo era rosa e amarelo,
Ao lado da cama, os nossos chinelos
Os pássaros desabrochavam,
As flores voavam,
Mas de repente eu acordei
E você estava ali, ao meu lado.
Renara Afonso.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Moiselle


Já se fazia madrugada naquele sábado de aleluia, como se costuma chamar o pós sexta-feira santa no Brasil. 03 de Abril de 2010, esse dia recebera uma noite de lua cheia incomum. O céu se fazia nebuloso, o mar sereno descaracterizava-se diante da turbulenta chuva que invadira sua alta maré.
As noites de outono na França, vez por outra, costumavam ser agradáveis. E na Bahia, elas sempre se faziam presentes. Minha sensação de satisfação encontrava-se em tal grau, que me vira arrebatado a cada dia e noite naquele lugar de cores e amores.
Parecia que aquela noite era pra poucos, e era. Passei meu perfume francês, J’am pour l’amour, e com a indumentária também francesa, segui em busca do que eu não sabia ainda o que era. Seis meses havia se passado e por vezes acreditara que meus dias seriam sempre uma curva em exponencial.
Assim como as intempéries, minha noite, naquele dia, também se descaracterizou. Uma efervescente mulata brasileira, tipicamente baiana, ecoou, tomando a cena do que parecia ser mais uma mera noite dançante. A mais bela. Posso assegurar que em todo aquele semestre, dentre as mais variadas curvas que tive o deleite de contemplar, aquelas se fizeram as mais deliciosamente delirantes.
Mantive-me por um momento extasiado. E pensei: “- É a mulata mais linda que já vi!”. Seus brincos de penas coloridas elucidavam e a emaranhavam num labirinto de sensualidade nativa. Seu belo vestido abrangia pouco espaço, dando-me lugar ao mais cabal campo de observação.
Por um instante pensei que tudo não passaria de um pasmo platônico, mas eis que num rompante, fitou-me pelo canto do olho. Um olhar lascivo. Permaneci, olhando para ela. A expressão em seu rosto era de determinação e propósito. Estremeci ao perceber que se movimentara em minha direção. Seus passos suaves e paradoxalmente firmes, associados ao seu movimento concernente aos prazeres da carne, fizeram-me eternizar aquele momento.
- Boa noite! – disse ela num soar lúbrico.
- Boa noite. – retruquei com meu sotaque europeu, num estado mórbido.
Poucas foram às frases entoadas por ela. Em contra partida, nossos olhares transcorreram anos entre nós. E na precisão que a quilha corta uma onda, embutimos o mais sublime e voluptuoso beijo francês. Ali, fora luxuriosamente minha. O ali que pronuncio já se fizera à La Maison. Amamo-nos intensamente por toda aquela noite nebulosa e torrencial, até que adormeci em seus braços aromáticos e macios.  
E no mínimo espaço em que o tempo se divide, pensei que seriamos protagonistas da versão francesa do clássico de Shakespeare, pois minha mãe me fizera Romeu de nome, mas ao despertar os olhos, minha Julieta não se encontrara mais ali. “Joga pedra na Geni”.

Renara Afonso.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Soneto da Partida


Distinto em nuvens me ponho a bailar
Na partida, os abraços
Pés descalços pelo ar
Por aqui, os entrelaços

E como ei de viver sem esse eterno amor?
Parto com a certeza do suspiro
Manhã, noite, tardo... olhares respiro
Saudade eterniza com ardor

Meus caros, não me deixem em pensamento
Tenho as ti como sacramento
E dou-me na certeza que se abre a janela

E sigo os passos doces
Agora desatados dessa tramela
Mas de certo, amor que não me falhe!

Renara Afonso

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Misto quente




No que sinto há muita tensão - Intenso
É ela que vem toda acre de saia rodada:
Saudade, ata minh’alma.
Por favor, dona moça do poder,
Não me faça assim tão impotente
Dê-me ao menos esperança de que um dia partirás!
A saudade é a certeza do sentimento
E veemência de presença do partido que ficou
Ela agora samba seu canto doce em meu peito frágil
Oh querida, não me tome como tua
Quero-te na certeza que amor é o que sinto
Apalpo-lhe convicta de que és efêmera.
Após vôo plano e distinto,
O pássaro volta ao ninho sedento.
É certo, não há incremento!
E na concomitância de sorrisos e saudades...
Hora esperada chegada no afago da alegria.
Um misto quente
Acolhe diante do ácido que dilacera
Alegre estou,
Saudades sinto.
É demasiado preenchimento.



É um ditado de um hoje, alegrias chegam... peço que fiquem... saudades carcome, peço que se vão [...]



O abraço dolorido da partida
Sorrisos num mix de umidade salgada
O sentimento de que estás indo sem sair do lugar
A esperança do reencontro, do abraço atado de emoções doces
Vás viril, tenho aqui o amor suave
A paz dos seus braços ainda me tem.



... e agora... ciclo que se finda.

Alegria de outrora e medo do passo futuro me retém.



Um misto quente.


Outras alegrias virão...

Outras saudades eu não quero não.!~

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Renara Afonso.