sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ébria Madrugada


Pela noite sedento,
Ouço o pulsar brilhante,
Em passos rasos de miudeza.
É chegado o tempo:
Madrugada translúcida.
Inebriado saio a bailar,
Em passos de veloz fúria,
Olhos de oiro expresso a manifestar.
Vai-se o controle das faculdades,
Perde-se inibições por efeito.
Embriagado posto-me em altivez.
Mais um badalar, o ponteiro.
Instantâneo, penso, logo escrevo:
Ébria madrugada.

...sobre o efeito da fria madrugada de vinte e sete de maio, fizera-me presente mais uma embriaguez sórdida do tempo... embriago-me no tinir do cuco. Querida Cinderela... []

{} bom dia.!~

terça-feira, 25 de maio de 2010

Saudade



Poderia escrever o mais belo soneto,
Proporções harmônicas em robustos versos,
Adstringente triste história;
Demasiada poesia,
Prosa em som de melodia,
Um samba de uma nota só,
Se enfim pudesse caracterizá-la.

Como transcorrer em linhas,
Abstração intensa de um pulsar delirante?
Um querer (in)constante.
O equilíbrio se desfaz.
Faz-se em mim um espetáculo pirofágico.

E além alma,
Ela circula em minhas veias.
E pulsa, pulsa.
E apenas sinto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Encharca de pele minh'alma
Transcorre em dedos o segredo
Acidez atroz
Carcome em pedaços aflorada matinal

Áspero acre que dilacera
a mente in(sã)na
Deprave tu, deixe-me base
Alcalina
Deixe-me menina.

O sapato desamarrado
Tal penugem cortês
Consinta-se que sejas alterado
Traduza-me seu português.

Meto as 'cara' no sorriso
Faço dele meu pranto
Meto os pés pelos ouvidos
Faço dele meu espanto
Meto a boca no umbigo
Faço dele meu encanto
Meto a alma no coração
Levanto e vôo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eles


Altivos, singelos...
Uma composição poética.
Heis uma voz,
Eternos regalos sopram minh’alma.
A meu coração asfixiado,
emanam um sopro de ar.
Acalentar este ser pulsante,
Mais sabem fazer...
Esses doces amantes.
E ao olhar no espelho, narciso?
Não me vejo...
Sou o som do vento,
Música de alento,
Sincopismo do sorriso da canção,
Eu sou.
Faço em partes o coração,
Sou inteir(UM).

E aqui, pois, “ai ai ai de mim”____ “molambo farrapo de gente também ama”.

E ao me ver, me ler: “Meu coração tropical está coberto de neve, mas ferve em seu cofre gelado e a voz vibra e a mão escreve: Mar”


________________________________________ALVORECER.!~

sexta-feira, 14 de maio de 2010


Ah, impiedosos dias vãos,
Que não me repele da pele seu gozo,
Um deleite discernente.
Amor delicado de inquietude.

Ah, beleza poética que não me falha,
Estrelas, segredos, amores amiúde.
Lentos dias não vejo passar.
Acelero minha volta à lua,
Na contrapartida de sua ida ao sol.

Não quero a poesia que todo poeta esperou,
Quero apenas o não querer.
Embrenhar-me no seu som magnífico,
Manter-me infinita dentro de ti.

Sua mão a afagar-me a nuca.
Pela janela, entra o vento,
Amanheceu:
Volto ao sol,
Ele, na lua permaneceu.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Transfiguração


Sempre vivi na constante de que eu era um ser mutante.[]**Arraigada na mutação da invariabilidade.

E numa análise profunda, posso declarar até certo “inertismo” social cético, aprazível ao cotidiano regrado. Mas no círculo, ou ainda na esfera, o ponto tangencial dessa amálgama de concepções homogêneas, para meu alívio, é a manifestação de um sentimento de benevolência (vulgo, sorriso) que me banha diariamente.

Uma expressão facial e corporal incontrolável, um genótipo que irradia num fenótipo livre, leve... que transcende.

O tecnicismo maquinário, a matemática newtoniana, a literatura futurista, o cubismo de Pablo Picasso, estiveram até passados dias enraizados na herança desse eu, que aqui discorre.

Então, parto na busca da razão <(não, razão não, extingo-a)>, digamos, do porquê dessa transfiguração existencial.

Partindo da premissa astrológica, pode ser citado, e para aqueles que (a)creditam, a influência do signo ascendente. “Desta feita o Ascendente influenciará a personalidade 'aparente' da pessoa, o seu modo de agir, as respostas e necessidades de seu corpo físico, se misturando assim com as influências do Signo Solar e com a Lua, para compor a personalidade.”

É dito ainda, nesse propósito, que a depender da evolução espiritual de cada um, o ascendente pode se manifestar a partir dos 20 anos. O que pode variar, pois como mesmo disse, depende da evolução espiritual... {(o que não passa de meros registros literários)}

Sim, e a quantas andam minha evolução? Isso é bom?

A verdade é que esse ano de 2010 (que na numerologia é 3, quem sabe, sabe.) um ciclo se fechou, estabelecendo uma conversão, diante de um turbilhão de sentimentos.

E se é astrológico, espiritual, doidice, numero(lógico), sisma, paixão, amor, liberdade.... isso eu não sei.

Acontece que o transfigurar é fato, a figura foi mudada.

A objetividade agora me é usurpada à sensibilidade mórbida. Os fatos se passam e eu só sinto o cheiro; ~~ o vento assovia e eu só ouço música; diante do profano júbilo só palatino amor; do toque, pressinto um impulso leve em percussão suave; do que me olha, eu mergulho.

Ah, mas a herança genética supracitada ainda me detém, me contém e me é refém: o sorriso.

Tô gostando desse alguém!
=)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Meu Coração



Não quero um samba de tristeza
Mas o que posso fazer se ela me condena?!
Se me perjura amor!?
Um cheiro de saudade,
Uma bebida vã.

Tomo mais um gole de cachaça
O mal espanta, a tristeza se alevanta
Quero o cumprimento de tudo o que falou
Homem de má fé.
Arrancou-me fiel empenho, pois só ele pulsa.

Operário fiel
Impulsa e (ex)pulsa a cadência e o gingado
Move o corpo incrédulo
E não MENTE, é SÃO
E tem COR

Faz alma circular, peito aspirar
Faz surgir euforia, outrora alegria
E a cada manhã desabrocha no vigor da carne
Vermelho
E não se aterra, eleva e avoa.

Não quero um samba com tristeza
Pois mesmo que tenhas arrancado de mim
Minha mão esquerda fechada
Ele continua na plena efervescência do amor.
E aonde vai o leva e o deixa.
E aqui deixou, posto que levou.

quarta-feira, 5 de maio de 2010




(*) é tudo uma questão de tempo...

Observe você como 'são' os seus passados dias!

Se a melancolia lhe aflige ou se a calmaria se faz em paz, apenas paz.
onde quer que estejamos é necessário cautela e saber ser amigo, comparsa, do tempo.

Do sertão, alinhar-se à terra vermelha ao 'árido movie'... [] aprender a respirar e reflexionar o pôr de cada sol, experimentar o molhar de cada gota de chuva e sentir e viver.

Do mar, é perceber que sua beleza é, e apenas é; sabendo que o importante é que não se acostume com ela. Um raiar de cada manhã, um bom dia para o infinito ^^ lava os mais profundos sentimentos. A limpeza revolve, podendo trazê-los a tona, contudo, de certo os traz, e com a tarefa contínua e eficaz, esses profundos se desfazem e ainda se refazem em leves plumas de nuvens de algodão.

É que entra no mais intrigante caminho, a água. E de tanto bater, fura. a água. tão leve e tão agressiva, fura. e lava e eleva ~~ . Sim, ela eleva ao mais pleno sentimento de liberdade. o mar {}

e tudo é uma questão de tempo... <>

Quero ser lavada a cada instante, ser posta em cada sertão.

No meu riso permane(ser); e ser permanente no riso, meu!

~~

terça-feira, 4 de maio de 2010

Doce Pecado



Primavera.

Era entre as flores que a princesa dos olhos de mel habitava, naquele céu de tarde Conquistense. Pela nuance de belos coloridos em 180 graus, ela sentia que aquela tarde azul, em meio a tantos formosos pássaros que se desabrochavam nos vasos de barro, seria especial. Ela sabia disso.

E baseado no testemunho dos sentidos, põe-se ao seu alcance o encantado jardim. A princesa não conseguia discernir que sentimento era, pois, aquele. O jardim era possuidor de um olhar tão abarcante e lascivo, e detentor do mais belo sorriso que ela tivera o deleite de presenciar. O coração dela arremessava pulsões que a mesma não conseguia um controle furtivo.

Dias de olhares, de desejos reprimidos. A sensação de júbilo já podia ser sentida por ambos. Mas eis que a conjunção fazia-se proibida. O jardim era cercado e logo no outro dia se foi. Faltou-lhe nitrogênio e seu órgão apendicular, geralmente verde, constituído por uma lâmina (limbo), sustido por um pedúnculo (pecíolo), que se desenvolve nos ramos e no caule das plantas, e no qual se processa a elaboração da matéria nutritiva pela fotossíntese, amarelava-se.

Dias depois, o contato foi restabelecido entre o jardim e a princesa. Seus sentimentos oscilavam entre concupiscência e a sensação desagradável ou penosa, causada por um estado anômalo do organismo ou parte dele.

Mas ela não queria apenas o anseio do apetite carnal. O contato se edificara virtual. E seu desejo o era porque se fazia proibido. Tudo se embaraçava. Observe você que a palavra amor não se fizera presente, ela não podia senti-lo, visto que o era e não queria deixar de sê-lo. A princesa não queria se entregar ao limiar da dor, do encarnado profano. Amor é transgredir, fazer-se humano.

Um dia o jardim descercou-se, permitindo-se florescer. Quis pra si aquela linda princesa, que ainda mais desordenada, não sabia mais o que queria, nem se já o quis um dia.

E numa tarde cintilante a princesa se liquefez em AR.:

Sentimento descabido,
Profecia prometida,
Do mais ardente desejo proibido.
Que quando se faz vencido,
Torna-se um inquerer.

Sentimento incontestável,
Um me ter ilegal.
Seduz o prazer carnal.
E quando se faz presente,
O fogo que arde dentro da gente,
Faz-se um romance teatral.

Não quero o sentir desigual.
Fatalidade ruída do profano.
Quero o amor no seu mais sublime plano,
Tão direto e acidual.

Quero flutuar,
Em belas flores acordar,
Descerrar o mais belo olhar,
Gritar: - entra amor, é são.

E assim a princesa deliberou-se em plantar seu próprio jardim. Eis que um dia ela colhe. Ele há de florescer.

=]

~~

segunda-feira, 3 de maio de 2010

(Ser)Tão


A vista da água que cai
O verde se faz
Árido se contrai em flor
Meu vôo é plano e alto
No planalto faço morada
Meu (ser)tão é aqui

Água se ausenta
Natureza se apresenta
Alvorada esplendorosa
Na íris, arco presente a cada dia
Um sol a cada por
Colore em nuança meu sertão

Terra de insanos amantes delituosos
O vento grita
Pulmão se enche
Sobe
E da garganta anuncia música
Insanidade atroz

Faz-se harmonia em cadência
Em frio, coração se arrepia
Orquestra no bandolim
Baianidade in memória
Terra de artista
Insana Vitória
Altiva Conquista.

No mais somos um


És terra,
És chão.
Mas o é.
E nele bate um coração.
Os touros também amam e cuidam.
Cuidam.
E amam. amam.

Esse touro bravil.

03 de maio,
Uma oportunidade:
Presente primeiro, vida.
Um sentido do existir.
Ponto de partida,
Na progressão do evouluir.

Tu és fonte do meu estar aqui,
Meu amor maior,
Minha alegria diária,
Meu sorriso sem fim.

O que desejo,
É o que quero pra mim:
Saúde, paz, alegria,
Flores sempre no jardim

Tu és, eu sou
No mais, somos um.
Meu ator maior.
Protagonista da mais leve comédia
É um (só)riso que trago em mim.

E nele sou criança.
Uma eterna.

Feliz aniversário pai.

domingo, 2 de maio de 2010


Eis que deparo-me na angústia do meu ser
E então o que fazer?

Desbravar poesias?
Aliterar vastos sonetos de Vinícius?
Regar Pessoa?

Em meio as (Pá)Lavras,
Garimpo o precioso minério bruto.
Nas lavras profundas do coração,
Extraio o puro diamante negro.
Anulo o grotesco sentir.
Lapido-me em emoções doces.


Precioso ser no que se precede.
Audacioso sentir.

Mar, água de lavar.