domingo, 12 de dezembro de 2010

Cordel: Nascimento de Jesus


O querido anjo divino,
enviado do poder,
veio só para informar
que o Deus menino iria nascer.
Denominado Gabriel, aquele que veio do alto,
um enviado do céu
anuncia à Maria, a virgem da conceição,
que ainda naquele ano viria
o nosso rei da salvação.
A querida mãe santíssima,
surpresa e maravilhada,
recebe a notícia, da vinda do salvador
e se encanta de alegria,
pois era ela a enviada, virgem e imaculada,
que traria para esta terra a fonte do amor.
Ainda naquele dia comunica a José
que com a mesma alegria
apóia sua mulher.
E num belo dia de glória
eis que é chegada a hora
da vinda do menino Jesus.
Diante de um jardim encantado
no alto da meia noite, do céu brilha um luz; 
o encantamento se apresenta
e diante do divino dourado:
chega à nossa presença 
nosso querido Jesus.



Renara Afonso.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dezembro:
ao mês que me desmembro 
em dez membros e dimensões 

     Me ponho a olhar sobre o ombro e... eis que me deparo diante de 12 meses passados, isso mesmo: mais um ano que ganhamos, mais um presente divino. E estamos aí; e vivos e sóbrios. Será? Estamos aqui, isso eu sei.
     Chegou o mês de se pensar em Jesus. Olha só, que intrigante. Ele vive no presente do tempo pensando em nós, enquanto nos dedicamos em dezembro para pensar Nele. Isso quando o "espírito natalino" dos shoppings centeres não nos é incorporado e só em que pensamos é no Papai Noel da Coca-cola. É mês de gastar, minha gente!
     Não seria melhor pensar que " é mês de quitar os débitos?!!" 
     A verdade é que minha breve e brevíssima retrospectiva aqui descrita, tentará se desprender dos USA e da Coca e partirei ao que me toma em sentimento, neste momento.
     Em meio a turbilhões que vivi, cidades que morei, amizades que cativei, profissão que consagrei e amado que conquistei (sortudo ele, hein?! rs); sou grata à Estrela que me guia.
     É sentimento de reconhecimento, de renovação e de alegria que me tomam. Vejo que para mim, foi bem marcante.
     E partindo do fato de que isso agora está firmado no mundo da Web, eu lhes pergunto:
- como foi seu ano? 
- o que fizeste de bom?
- foi obediente ao que é bom? isso te fez bem?

Hum... então agora já podes escrever a cartinha para o papai Noel. ops...  =/

Felicidades!! 
Constância no que é bom.

Pense na Fonte do Amor. E vamos para frente!!
Renara Afonso.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia Santo


Quero poder um dia crescer
continuar criança, quero ser
em vôos altos
de mãos dadas com o sorriso
lambendo os dedos do desejo de vencer
amando pra poder viver

quero amamentar algum outro
mas criança não quero deixar de ser
e te colocar no colo
a ciranda do verão com flores santas!


Um beijo pra minha mãe, pra meu pai e especialmente pra vc!~

=)

Renara Afonso.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


Preciso parar pra pensar
e é preciso pensar sem parar!

domingo, 29 de agosto de 2010



Certa noite sonhei que você estava ali,
ao meu lado.
Podia até ouvir seu coração:
ele pulsava para mim
em ondas de alta maré.
Ai, era um sonho
E de ti saiam as cores
Sim, eras o pote de ouro.
As nuvens eram lindos girassóis,
E nós nos amávamos em nossos lençóis.
As casas tinham rosas nos jardins,
Os dias não tinham mais fins.
Naquele sonho, sim, era um sonho,
Tudo era rosa e amarelo,
Ao lado da cama, os nossos chinelos
Os pássaros desabrochavam,
As flores voavam,
Mas de repente eu acordei
E você estava ali, ao meu lado.
Renara Afonso.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Moiselle


Já se fazia madrugada naquele sábado de aleluia, como se costuma chamar o pós sexta-feira santa no Brasil. 03 de Abril de 2010, esse dia recebera uma noite de lua cheia incomum. O céu se fazia nebuloso, o mar sereno descaracterizava-se diante da turbulenta chuva que invadira sua alta maré.
As noites de outono na França, vez por outra, costumavam ser agradáveis. E na Bahia, elas sempre se faziam presentes. Minha sensação de satisfação encontrava-se em tal grau, que me vira arrebatado a cada dia e noite naquele lugar de cores e amores.
Parecia que aquela noite era pra poucos, e era. Passei meu perfume francês, J’am pour l’amour, e com a indumentária também francesa, segui em busca do que eu não sabia ainda o que era. Seis meses havia se passado e por vezes acreditara que meus dias seriam sempre uma curva em exponencial.
Assim como as intempéries, minha noite, naquele dia, também se descaracterizou. Uma efervescente mulata brasileira, tipicamente baiana, ecoou, tomando a cena do que parecia ser mais uma mera noite dançante. A mais bela. Posso assegurar que em todo aquele semestre, dentre as mais variadas curvas que tive o deleite de contemplar, aquelas se fizeram as mais deliciosamente delirantes.
Mantive-me por um momento extasiado. E pensei: “- É a mulata mais linda que já vi!”. Seus brincos de penas coloridas elucidavam e a emaranhavam num labirinto de sensualidade nativa. Seu belo vestido abrangia pouco espaço, dando-me lugar ao mais cabal campo de observação.
Por um instante pensei que tudo não passaria de um pasmo platônico, mas eis que num rompante, fitou-me pelo canto do olho. Um olhar lascivo. Permaneci, olhando para ela. A expressão em seu rosto era de determinação e propósito. Estremeci ao perceber que se movimentara em minha direção. Seus passos suaves e paradoxalmente firmes, associados ao seu movimento concernente aos prazeres da carne, fizeram-me eternizar aquele momento.
- Boa noite! – disse ela num soar lúbrico.
- Boa noite. – retruquei com meu sotaque europeu, num estado mórbido.
Poucas foram às frases entoadas por ela. Em contra partida, nossos olhares transcorreram anos entre nós. E na precisão que a quilha corta uma onda, embutimos o mais sublime e voluptuoso beijo francês. Ali, fora luxuriosamente minha. O ali que pronuncio já se fizera à La Maison. Amamo-nos intensamente por toda aquela noite nebulosa e torrencial, até que adormeci em seus braços aromáticos e macios.  
E no mínimo espaço em que o tempo se divide, pensei que seriamos protagonistas da versão francesa do clássico de Shakespeare, pois minha mãe me fizera Romeu de nome, mas ao despertar os olhos, minha Julieta não se encontrara mais ali. “Joga pedra na Geni”.

Renara Afonso.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Soneto da Partida


Distinto em nuvens me ponho a bailar
Na partida, os abraços
Pés descalços pelo ar
Por aqui, os entrelaços

E como ei de viver sem esse eterno amor?
Parto com a certeza do suspiro
Manhã, noite, tardo... olhares respiro
Saudade eterniza com ardor

Meus caros, não me deixem em pensamento
Tenho as ti como sacramento
E dou-me na certeza que se abre a janela

E sigo os passos doces
Agora desatados dessa tramela
Mas de certo, amor que não me falhe!

Renara Afonso

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Misto quente




No que sinto há muita tensão - Intenso
É ela que vem toda acre de saia rodada:
Saudade, ata minh’alma.
Por favor, dona moça do poder,
Não me faça assim tão impotente
Dê-me ao menos esperança de que um dia partirás!
A saudade é a certeza do sentimento
E veemência de presença do partido que ficou
Ela agora samba seu canto doce em meu peito frágil
Oh querida, não me tome como tua
Quero-te na certeza que amor é o que sinto
Apalpo-lhe convicta de que és efêmera.
Após vôo plano e distinto,
O pássaro volta ao ninho sedento.
É certo, não há incremento!
E na concomitância de sorrisos e saudades...
Hora esperada chegada no afago da alegria.
Um misto quente
Acolhe diante do ácido que dilacera
Alegre estou,
Saudades sinto.
É demasiado preenchimento.



É um ditado de um hoje, alegrias chegam... peço que fiquem... saudades carcome, peço que se vão [...]



O abraço dolorido da partida
Sorrisos num mix de umidade salgada
O sentimento de que estás indo sem sair do lugar
A esperança do reencontro, do abraço atado de emoções doces
Vás viril, tenho aqui o amor suave
A paz dos seus braços ainda me tem.



... e agora... ciclo que se finda.

Alegria de outrora e medo do passo futuro me retém.



Um misto quente.


Outras alegrias virão...

Outras saudades eu não quero não.!~

{}



Renara Afonso.

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Solo não contém pingo de mim
corpo me retém em alma viva.
Ágape aquecida acoberta o inverno,
agasalha, florescendo em primavera.
Cores se banham em orquídeas sussurrantes.
Metade de mim avoa,
Outra metade flutua em amplexo macio.
Amor ressoa e quer gritar um canto doce,
coração bate as asas e pousa em meu peito:
ele se abre e acolhe o passarinho colorido,
que ali tece o ninho na cúpula do clímax.
Esse amor que não sabe donde vem,
não tem caminhos donde vais:
É puro, é leve.
Em instantes só se refaz.
É na origem que sabemos donde viemos;
quem sabe se noutra vida estivemos?!
Aqui te reconheci.
Amor,
é esmero de artesão,
arte de delicadeza rebuscada
na essência que desabrocha
o cuidado no tato.
Resplandece a luz de cada dia que me alumia.


Renara Afonso.

sábado, 26 de junho de 2010

[Re]volta


Inspiração não me falta,
o tempo é quem me demora!
Só quero voltar...
no passo dos confins dos meus sorrisos,
em verdes sonhos flutuar.
Aquele corpo fincado,
abre a porta dos caminhos das asas
e tenta voar.
Desenterra alma lavada,
sacode a poeira,
se lava de amarelo o coração fiel,
banha de azul na pureza do mar...
No branco se deita, diante do Pai,
distante do 'xão'.
É o amor que eleva o corpo são.


É inverno de calor... verão de amor! {}... aquece em fogo a mente que pulsa a flor que (re)nasce [].!~


Renara Afonso.

domingo, 13 de junho de 2010







{}...um passarinho no fio de alta tensão.

sábado, 12 de junho de 2010

Pá Lavras


E essas palavras, que não passam de palavras?! São só palavras...

Trazem-nos alegrias, outrora agonias... Podem ser ditas verdades doídas ou mentiras risadas. Elas nos trazem o amor, e de certo a dor.

Podem ser confundidas, e sim, bem entendidas!

Oh adoradas palavras... Palavras bonitas, palavras singelas, me tragam o lirismo poético, não me permita um ser cético.
Aliteração me intervém e devo a ti palavras que me contêm.

Elas não são minhas, nem suas, nem de ninguém... Elas pairam no ar... {} a sensibilidade que aflora nos permite entoar, e aqui transcorrer seus mosaicos formulados em linhas brancas que colorem meu coração, escorre nas veias de meu sertão... [] ...me permite à gratidão.

Coloquiais, rebuscadas, paradoxais... bem empregadas... bom ser também almejadas... No gingado da coerência, atrelado ao sincronismo da coesão entram nos vãos das entrelinhas e traduzem meu coração.

Não posso ser egoísta e querer-te só a mim, dou-lhes às multidões, espalho-as nos confins...

Entrego-as ao vento: voe como um pássaro atento e traga o alimento ao seu ninho sedento.

São só palavras... Os sentimentos estão aqui, em mim.!~

E são elas, as palavras, que os levam a ti.

És minha dança, minha reza, meu samba... és minha canção, minha oração.... reserva toda minha intenção.

Hoje me dedico a ti, palavras.

São só palavras.
Eu não sei o que faço
Não sei o que acho
Só sei do que sinto
Entra pela boca, vai até o umbigo
Não é nada sucinto
As vezes que olho
As vezes que cheiro
Vejo que desenrolo
Outras manhas do ponteiro...


Renara Afonso.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Velha roupa colorida



Velha roupa colorida,
Minha tez adorna em verdes laços.
Agasalha meu coração brilhante,
Que se opulenta ao florescer num palpitar.
Agora aqui é tudo tropical!
Em seus braços suaves me demoro
E sonho ao dormir acordada.
Meu afago se faz no seu jeito manso
A voz manhosa do primeiro raiar
O ‘bom dia’ doce a cada tilintar, é pra você guria.
Nos movimentos corpóreos
O sincronismo latente.
É chama de fogo e em tudo se sente: atraente!
E é chuva que lava exaurindo o fogo.
Reacendendo a chama que não queima ,
Arde, amante.
O olhar menino, infinito sentir.
Sinto entrar na tua íris e ao piscar,
‘stendo às suas veias seu sorriso cintilante.
E embrenho sorrateira nos seus carinhos incessantes.
Velha roupa colorida,
Não se deixe acorar.



{} ___Uma brisa de Outono qualquer... uma réplica com sentimento bem quentinho.!~

Renara.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ébria Madrugada


Pela noite sedento,
Ouço o pulsar brilhante,
Em passos rasos de miudeza.
É chegado o tempo:
Madrugada translúcida.
Inebriado saio a bailar,
Em passos de veloz fúria,
Olhos de oiro expresso a manifestar.
Vai-se o controle das faculdades,
Perde-se inibições por efeito.
Embriagado posto-me em altivez.
Mais um badalar, o ponteiro.
Instantâneo, penso, logo escrevo:
Ébria madrugada.

...sobre o efeito da fria madrugada de vinte e sete de maio, fizera-me presente mais uma embriaguez sórdida do tempo... embriago-me no tinir do cuco. Querida Cinderela... []

{} bom dia.!~

terça-feira, 25 de maio de 2010

Saudade



Poderia escrever o mais belo soneto,
Proporções harmônicas em robustos versos,
Adstringente triste história;
Demasiada poesia,
Prosa em som de melodia,
Um samba de uma nota só,
Se enfim pudesse caracterizá-la.

Como transcorrer em linhas,
Abstração intensa de um pulsar delirante?
Um querer (in)constante.
O equilíbrio se desfaz.
Faz-se em mim um espetáculo pirofágico.

E além alma,
Ela circula em minhas veias.
E pulsa, pulsa.
E apenas sinto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010


Encharca de pele minh'alma
Transcorre em dedos o segredo
Acidez atroz
Carcome em pedaços aflorada matinal

Áspero acre que dilacera
a mente in(sã)na
Deprave tu, deixe-me base
Alcalina
Deixe-me menina.

O sapato desamarrado
Tal penugem cortês
Consinta-se que sejas alterado
Traduza-me seu português.

Meto as 'cara' no sorriso
Faço dele meu pranto
Meto os pés pelos ouvidos
Faço dele meu espanto
Meto a boca no umbigo
Faço dele meu encanto
Meto a alma no coração
Levanto e vôo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eles


Altivos, singelos...
Uma composição poética.
Heis uma voz,
Eternos regalos sopram minh’alma.
A meu coração asfixiado,
emanam um sopro de ar.
Acalentar este ser pulsante,
Mais sabem fazer...
Esses doces amantes.
E ao olhar no espelho, narciso?
Não me vejo...
Sou o som do vento,
Música de alento,
Sincopismo do sorriso da canção,
Eu sou.
Faço em partes o coração,
Sou inteir(UM).

E aqui, pois, “ai ai ai de mim”____ “molambo farrapo de gente também ama”.

E ao me ver, me ler: “Meu coração tropical está coberto de neve, mas ferve em seu cofre gelado e a voz vibra e a mão escreve: Mar”


________________________________________ALVORECER.!~

sexta-feira, 14 de maio de 2010


Ah, impiedosos dias vãos,
Que não me repele da pele seu gozo,
Um deleite discernente.
Amor delicado de inquietude.

Ah, beleza poética que não me falha,
Estrelas, segredos, amores amiúde.
Lentos dias não vejo passar.
Acelero minha volta à lua,
Na contrapartida de sua ida ao sol.

Não quero a poesia que todo poeta esperou,
Quero apenas o não querer.
Embrenhar-me no seu som magnífico,
Manter-me infinita dentro de ti.

Sua mão a afagar-me a nuca.
Pela janela, entra o vento,
Amanheceu:
Volto ao sol,
Ele, na lua permaneceu.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Transfiguração


Sempre vivi na constante de que eu era um ser mutante.[]**Arraigada na mutação da invariabilidade.

E numa análise profunda, posso declarar até certo “inertismo” social cético, aprazível ao cotidiano regrado. Mas no círculo, ou ainda na esfera, o ponto tangencial dessa amálgama de concepções homogêneas, para meu alívio, é a manifestação de um sentimento de benevolência (vulgo, sorriso) que me banha diariamente.

Uma expressão facial e corporal incontrolável, um genótipo que irradia num fenótipo livre, leve... que transcende.

O tecnicismo maquinário, a matemática newtoniana, a literatura futurista, o cubismo de Pablo Picasso, estiveram até passados dias enraizados na herança desse eu, que aqui discorre.

Então, parto na busca da razão <(não, razão não, extingo-a)>, digamos, do porquê dessa transfiguração existencial.

Partindo da premissa astrológica, pode ser citado, e para aqueles que (a)creditam, a influência do signo ascendente. “Desta feita o Ascendente influenciará a personalidade 'aparente' da pessoa, o seu modo de agir, as respostas e necessidades de seu corpo físico, se misturando assim com as influências do Signo Solar e com a Lua, para compor a personalidade.”

É dito ainda, nesse propósito, que a depender da evolução espiritual de cada um, o ascendente pode se manifestar a partir dos 20 anos. O que pode variar, pois como mesmo disse, depende da evolução espiritual... {(o que não passa de meros registros literários)}

Sim, e a quantas andam minha evolução? Isso é bom?

A verdade é que esse ano de 2010 (que na numerologia é 3, quem sabe, sabe.) um ciclo se fechou, estabelecendo uma conversão, diante de um turbilhão de sentimentos.

E se é astrológico, espiritual, doidice, numero(lógico), sisma, paixão, amor, liberdade.... isso eu não sei.

Acontece que o transfigurar é fato, a figura foi mudada.

A objetividade agora me é usurpada à sensibilidade mórbida. Os fatos se passam e eu só sinto o cheiro; ~~ o vento assovia e eu só ouço música; diante do profano júbilo só palatino amor; do toque, pressinto um impulso leve em percussão suave; do que me olha, eu mergulho.

Ah, mas a herança genética supracitada ainda me detém, me contém e me é refém: o sorriso.

Tô gostando desse alguém!
=)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Meu Coração



Não quero um samba de tristeza
Mas o que posso fazer se ela me condena?!
Se me perjura amor!?
Um cheiro de saudade,
Uma bebida vã.

Tomo mais um gole de cachaça
O mal espanta, a tristeza se alevanta
Quero o cumprimento de tudo o que falou
Homem de má fé.
Arrancou-me fiel empenho, pois só ele pulsa.

Operário fiel
Impulsa e (ex)pulsa a cadência e o gingado
Move o corpo incrédulo
E não MENTE, é SÃO
E tem COR

Faz alma circular, peito aspirar
Faz surgir euforia, outrora alegria
E a cada manhã desabrocha no vigor da carne
Vermelho
E não se aterra, eleva e avoa.

Não quero um samba com tristeza
Pois mesmo que tenhas arrancado de mim
Minha mão esquerda fechada
Ele continua na plena efervescência do amor.
E aonde vai o leva e o deixa.
E aqui deixou, posto que levou.

quarta-feira, 5 de maio de 2010




(*) é tudo uma questão de tempo...

Observe você como 'são' os seus passados dias!

Se a melancolia lhe aflige ou se a calmaria se faz em paz, apenas paz.
onde quer que estejamos é necessário cautela e saber ser amigo, comparsa, do tempo.

Do sertão, alinhar-se à terra vermelha ao 'árido movie'... [] aprender a respirar e reflexionar o pôr de cada sol, experimentar o molhar de cada gota de chuva e sentir e viver.

Do mar, é perceber que sua beleza é, e apenas é; sabendo que o importante é que não se acostume com ela. Um raiar de cada manhã, um bom dia para o infinito ^^ lava os mais profundos sentimentos. A limpeza revolve, podendo trazê-los a tona, contudo, de certo os traz, e com a tarefa contínua e eficaz, esses profundos se desfazem e ainda se refazem em leves plumas de nuvens de algodão.

É que entra no mais intrigante caminho, a água. E de tanto bater, fura. a água. tão leve e tão agressiva, fura. e lava e eleva ~~ . Sim, ela eleva ao mais pleno sentimento de liberdade. o mar {}

e tudo é uma questão de tempo... <>

Quero ser lavada a cada instante, ser posta em cada sertão.

No meu riso permane(ser); e ser permanente no riso, meu!

~~

terça-feira, 4 de maio de 2010

Doce Pecado



Primavera.

Era entre as flores que a princesa dos olhos de mel habitava, naquele céu de tarde Conquistense. Pela nuance de belos coloridos em 180 graus, ela sentia que aquela tarde azul, em meio a tantos formosos pássaros que se desabrochavam nos vasos de barro, seria especial. Ela sabia disso.

E baseado no testemunho dos sentidos, põe-se ao seu alcance o encantado jardim. A princesa não conseguia discernir que sentimento era, pois, aquele. O jardim era possuidor de um olhar tão abarcante e lascivo, e detentor do mais belo sorriso que ela tivera o deleite de presenciar. O coração dela arremessava pulsões que a mesma não conseguia um controle furtivo.

Dias de olhares, de desejos reprimidos. A sensação de júbilo já podia ser sentida por ambos. Mas eis que a conjunção fazia-se proibida. O jardim era cercado e logo no outro dia se foi. Faltou-lhe nitrogênio e seu órgão apendicular, geralmente verde, constituído por uma lâmina (limbo), sustido por um pedúnculo (pecíolo), que se desenvolve nos ramos e no caule das plantas, e no qual se processa a elaboração da matéria nutritiva pela fotossíntese, amarelava-se.

Dias depois, o contato foi restabelecido entre o jardim e a princesa. Seus sentimentos oscilavam entre concupiscência e a sensação desagradável ou penosa, causada por um estado anômalo do organismo ou parte dele.

Mas ela não queria apenas o anseio do apetite carnal. O contato se edificara virtual. E seu desejo o era porque se fazia proibido. Tudo se embaraçava. Observe você que a palavra amor não se fizera presente, ela não podia senti-lo, visto que o era e não queria deixar de sê-lo. A princesa não queria se entregar ao limiar da dor, do encarnado profano. Amor é transgredir, fazer-se humano.

Um dia o jardim descercou-se, permitindo-se florescer. Quis pra si aquela linda princesa, que ainda mais desordenada, não sabia mais o que queria, nem se já o quis um dia.

E numa tarde cintilante a princesa se liquefez em AR.:

Sentimento descabido,
Profecia prometida,
Do mais ardente desejo proibido.
Que quando se faz vencido,
Torna-se um inquerer.

Sentimento incontestável,
Um me ter ilegal.
Seduz o prazer carnal.
E quando se faz presente,
O fogo que arde dentro da gente,
Faz-se um romance teatral.

Não quero o sentir desigual.
Fatalidade ruída do profano.
Quero o amor no seu mais sublime plano,
Tão direto e acidual.

Quero flutuar,
Em belas flores acordar,
Descerrar o mais belo olhar,
Gritar: - entra amor, é são.

E assim a princesa deliberou-se em plantar seu próprio jardim. Eis que um dia ela colhe. Ele há de florescer.

=]

~~

segunda-feira, 3 de maio de 2010

(Ser)Tão


A vista da água que cai
O verde se faz
Árido se contrai em flor
Meu vôo é plano e alto
No planalto faço morada
Meu (ser)tão é aqui

Água se ausenta
Natureza se apresenta
Alvorada esplendorosa
Na íris, arco presente a cada dia
Um sol a cada por
Colore em nuança meu sertão

Terra de insanos amantes delituosos
O vento grita
Pulmão se enche
Sobe
E da garganta anuncia música
Insanidade atroz

Faz-se harmonia em cadência
Em frio, coração se arrepia
Orquestra no bandolim
Baianidade in memória
Terra de artista
Insana Vitória
Altiva Conquista.

No mais somos um


És terra,
És chão.
Mas o é.
E nele bate um coração.
Os touros também amam e cuidam.
Cuidam.
E amam. amam.

Esse touro bravil.

03 de maio,
Uma oportunidade:
Presente primeiro, vida.
Um sentido do existir.
Ponto de partida,
Na progressão do evouluir.

Tu és fonte do meu estar aqui,
Meu amor maior,
Minha alegria diária,
Meu sorriso sem fim.

O que desejo,
É o que quero pra mim:
Saúde, paz, alegria,
Flores sempre no jardim

Tu és, eu sou
No mais, somos um.
Meu ator maior.
Protagonista da mais leve comédia
É um (só)riso que trago em mim.

E nele sou criança.
Uma eterna.

Feliz aniversário pai.

domingo, 2 de maio de 2010


Eis que deparo-me na angústia do meu ser
E então o que fazer?

Desbravar poesias?
Aliterar vastos sonetos de Vinícius?
Regar Pessoa?

Em meio as (Pá)Lavras,
Garimpo o precioso minério bruto.
Nas lavras profundas do coração,
Extraio o puro diamante negro.
Anulo o grotesco sentir.
Lapido-me em emoções doces.


Precioso ser no que se precede.
Audacioso sentir.

Mar, água de lavar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Hoje evoco as cores


Hoje evoco as cores:

Vem a mim que sou mosaico,

Vem a mim que sou embaraço,

Derrama-me os mistérios colorantes.

Só não quero ser sofrimento,

Quero a presença do firmamento,

A nuança da tão sofrida dor.

O verde se faz presente ao vento, nature.

Amarelo-sol, ilumina o meu dia.

O sangrento vermelho, carne e euforia.

Ai, o menino rosa, concretiza alegria.

Ao somar se faz o branco, um.

Luz, sereno.

Vem a mim que sou embaraço,

Vem a mim que sou mosaico,

Hoje evoco as cores.

Barra Grande



Ser depois de vir do mar,

É tarefa de arrebentar o juízo.

Inadequado dentro do que seria conveniente,

Dentro do sereno samba resido.

Debruçar sobre o nada.

E ao amanhecer, sentir florescer,

O doce jardim de ondas verdejantes.

O 'discarado' flutua solitário,

Visto que do raso abrange.

Como podes na grande barra da imensidão do mar,

Trazer a saudade em seu cantarolar?

Aqui é terra de gente escondida.

Em meio a rede, areia, água e sal,

No mais é doce.

Subtrair o concreto é escapar do vazio.

Chacoalha, chacoalha.

E na metáfora da viagem sem volta,

Insaciável ser inacessível.

Mas deixo o meu samba,

Como semente para evolução.

Sutil, ela sobe em mim,

E me toma como tua, o mar.

quarta-feira, 28 de abril de 2010




Um dia liberto-me,
Num futuro mais-que-perfeito.
Um dia ainda conquisto esse querer.
Hoje, esse querer de tantos quereres,
Só quer você.

Na varanda vazia ainda há o soar de seu tom,
Meu pandeiro chora um tambor tresmalhado,
Da cama, seu suor não se desprende,
No copo, a saliva doce se estende.

Ainda é acesa a chama do amor.
Meu corpo ainda tem seu calor.
E o choro orquestral se apresenta.

Esse amor que não tem liberdade,
Esse beijo que não pode ser flor,
Essa flor que não desabrochou,
Esse fruto que pecou.

Eu me vejo arredia,
Diante do iliberto, que não se desprende.
E não permite o permitir.

Não sei se vou ou se faço,
Não sei se desfaço ou se fico.
Você não permite.
É como no mar que estar presente toda água doce.

É a água que é ar.
É o ar que é ser.
É o ser que é.
É, existo.
Um dia liberto-me.


Chego em mim,

Me vejo indo.

Busco-me,

Me repugno.

Sinto meu abraço, suave.

Me encontro,

Entro no labirinto.

Me perco.

Sinto meu beijo, lúbrico.

Me acho.

Sinto meu cheiro, doce.

Em mim amanheço,

Tardo,

Anoiteço.

É meu inquerer tecnicar.

Em meio ao lirismo artístico,

Faço minha performance, atuo.

Posto um protagonista,

Verdadeira mentira.

Enquanto meus pés ela esmagam,

Meu coração voa e resvala,

Na verdade infinda do sentir sem falar.

É puro samba.