quarta-feira, 28 de abril de 2010




Um dia liberto-me,
Num futuro mais-que-perfeito.
Um dia ainda conquisto esse querer.
Hoje, esse querer de tantos quereres,
Só quer você.

Na varanda vazia ainda há o soar de seu tom,
Meu pandeiro chora um tambor tresmalhado,
Da cama, seu suor não se desprende,
No copo, a saliva doce se estende.

Ainda é acesa a chama do amor.
Meu corpo ainda tem seu calor.
E o choro orquestral se apresenta.

Esse amor que não tem liberdade,
Esse beijo que não pode ser flor,
Essa flor que não desabrochou,
Esse fruto que pecou.

Eu me vejo arredia,
Diante do iliberto, que não se desprende.
E não permite o permitir.

Não sei se vou ou se faço,
Não sei se desfaço ou se fico.
Você não permite.
É como no mar que estar presente toda água doce.

É a água que é ar.
É o ar que é ser.
É o ser que é.
É, existo.
Um dia liberto-me.

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