sexta-feira, 2 de julho de 2010


Solo não contém pingo de mim
corpo me retém em alma viva.
Ágape aquecida acoberta o inverno,
agasalha, florescendo em primavera.
Cores se banham em orquídeas sussurrantes.
Metade de mim avoa,
Outra metade flutua em amplexo macio.
Amor ressoa e quer gritar um canto doce,
coração bate as asas e pousa em meu peito:
ele se abre e acolhe o passarinho colorido,
que ali tece o ninho na cúpula do clímax.
Esse amor que não sabe donde vem,
não tem caminhos donde vais:
É puro, é leve.
Em instantes só se refaz.
É na origem que sabemos donde viemos;
quem sabe se noutra vida estivemos?!
Aqui te reconheci.
Amor,
é esmero de artesão,
arte de delicadeza rebuscada
na essência que desabrocha
o cuidado no tato.
Resplandece a luz de cada dia que me alumia.


Renara Afonso.

3 comentários:

  1. Que coisa linda, Renara! Esse texto ficou tão lindo, puro e suave. Gostoso de ler...

    Ah e não poderia falar da imagem que também é linda!

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  2. foi vc que escreveu isso grila?..nossa, não conhecia esse seu lado poético da escrita..parabéns amiga..lindíssimo!

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  3. O que mais dizer diante de tudo que já foi dito? Apenas a leitura e o absorto silêncio...

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